domingo, 4 de julho de 2010

são simples migalhas ..


A solidão se tornou a minha melhor amiga. Esse vazio suave, o meu café. E esse céu lá fora o meu espaço. Positivamente eu afirmo isso, jogando no lixo qualquer sentimento de pena alheia para comigo. Sinta-se pena de você mesmo. Alimente-se por dentro com suas próprias migalhas. Eu realmente não preciso delas. Insignificantes elas são. Sempre escolhi o pior caminho pra seguir, ingerir o veneno mais forte, sentir a dor mais profunda. Sempre precisei chegar ao ápice do desagradável, dar de bandeja a minha alma, para que a ferissem sem dó, nem piedade. Tudo isso para que depois nada negativamente inferior me desmontasse. Para dar a esse café uma leve pitada de paz, colorindo todo o meu espaço, borrifando a essência do meu sorriso pelo corpo dessa minha companheira, minha melhor amiga. Oh, não despeje lágrimas ao ouvir essas minhas palavras, lágrimas que são tão insignificantes para uma comoção da minha parte, para esconder meu sorriso por trás de um gesto labial de preocupação. Essas palavras que digo carregam o árduo veneno que restou em meus lábios. Não tenho migalhas pra dar, desculpe-me. Não preciso de beijos para lavar os lábios, para resetar todo o mal que me dei, para por em jogo todo esse equilíbrio que consegui pra mim. O sabor desses vestígios de veneno em minha boca é lavado pela saliva da minha língua, ironicamente como em antes de uma refeição quando a fome é grande e a comida que se põe a mesa é maravilhosa. Ofereço-te esse gesto em forma de agradecimento pelas migalhas suas oferecidas e rejeitadas. Use-as, pessoa fraca. Eu realmente não preciso delas

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