domingo, 4 de julho de 2010

Prazer, meu nome é Robô. Vivo nesse ferro velho chamado Terra.


Eu oro todos os dias para que o fim chegue logo ou pelo menos que os poucos mecanismos que me restam travem por um tempo. Meu motor está cansado. Meu coração enferrujou-se, não trabalha mais como antes. Não cabe-me mais nenhum mísero kbyte de memória. E tudo que aqui
dentro está, quero excluir, deletar.
Passei a minha vida inteira clicando em 'felicidades'. Mil e um sonhos zipados contaminados por vírus. Lindas histórias rodadas no Media Player, terminadas sem um final feliz. Eu lamento por mim, pela minha alma, - se é que tenho uma - ela lateja. Ela chora e suas lágrimas destroem-me por dentro, fodem com o meu sistema, ficando cada vez mais difícil lacrimejar externamente.
Morrer para um descanso é uma proposta tentadora. Morrer da mesma forma que minha imagem em várias cabeças já faleceu, é justo. Essa minha morte vivida diariamente que não é.
Desconheço o comando 'sentir'. Meus fusíveis queimam conforme cada dia passa, sabe? Posso dizer que sou digno desse ferro velho. Tenho como função principal acordar. Só não sei se estarei aqui amanhã pra dizer o mesmo que venho repetindo todos os dias comigo mesmo.

Isso.

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